China possui leis de natalidade rigorosas, o que leva muitos a darem seus filhos para o governo
Todas as fotos da galeria foram tiradas no centro infantil da cidade de Guangzhou, segundos antes dos pais deixarem os filhos nas mãos de agentes do Estado. Esse é um dos 25 centros espalhados no país, que abrangem as 10 maiores províncias do país.
O centro de Guangzhou foi aberto em janeiro, mas no final de março precisou recusar novas crianças, por estar operando acima da capacidade — com 262 internos. Vários deles deficientes ou com doenças graves.
A política da China com relação aos filhos é rigorosa: para conter o aumento populacional do país, o governo instituiu, na década de 70, uma lei que obrigava todas as famílias a ter apenas um filho. Famílias que têm mais de um filho, precisam entregar o segundo para orfanatos do governo.
Exceções são raras, e se limitam aos territórios de Hong Kong, Macau, e a zona rural, onde era possível ter dois filhos, caso o primogênito fosse menina.
Essa política acabou por render críticas ao governo chinês - no ambiente interno e externo. Segundo especialistas, esses centros estatais infantis acabam por dar a impressão para os pais de que abandonar filhos é socialmente aceitável.
Mas muitos pais respondem com a afirmação de que preferem perder a guarda do filho definitivamente, do que vê-los morrer, graças as dificuldades financeiras e a complicações de saúde.
"Meu bebê não pode cuidar de si próprio até crescer. Eu só quero que ele sobreviva", falou uma mãe entrevistada pelo jornal South China Morning Post.
Em novembro de 2013, o governo chinês anunciou uma série de modificações nas leis de natalidade do país. Entre as mudanças, uma que permite que os casais tenham dois filhos, desde que um dos cônjuges seja filho único.
A medida visa conter o envelhecimento da população, atualmente em uma taxa acelerada.
Segundo o governo, as leis rígidas de natalidade evitaram cerca de 400 milhões de novos nascimentos.
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